segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Leitura na Noruega: Henrik Ibsen

    Hallo!!

    A Noruega produz não só bons autores contemporâneos, mas também é a pátria de um grande escritor de peças teatrais, Henrik Ibsen.




    Ibsen foi o maior dramaturgo norueguês do século XIX, é considerado por muitos como o dramaturgo mais importante depois de Shakespeare.

    Henrik Johan Ibsen nasceu em 1828 em Skien, uma pequena cidade portuária na época, vindo de uma família tradicional. Durante o fim da sua infância, seu pai perdeu boa parte do dinheiro da família, o que os impôs uma vida mais humilde e vários problemas familiares.
    Ele começa a escrever por volta dos 15 anos, mas é depois dos 21 que termina sua primeira peça, Catilina, uma tragédia desenvolvida no estilo “blankvers”, mas a assina sob o pseudônimo de Brynjolf Bjarme.
    Em 1850, Ibsen mudou-se para a capital Christiania (atualmente Oslo), onde pela primeira vez uma peça sua foi encenada, Kjæmpehøjen (Túmulo de Gigantes), que, porém, não recebeu muita atenção.

    Escrevendo sátiras e poesias Ibsen consegue algum prestígio, e em poucos anos é designado como diretor de cena de um pequeno teatro em Bergen, o “Det Norske Theater”. Começa assim a carreira polivalente do dramaturgo no mundo teatral, agindo como autor, diretor e produtor. De Bergen ele volta para Christiania, casa-se, obtem certo reconhecimento no meio, mas leva uma vida difícil e com problemas financeiros. A reviravolta na sua carreira se dá quando em 1864 ele resolve deixar a Noruega e parte primeiro para a Itália e em seguida para Alemanha.

    Ibsen passa ao todo 27 anos no exterior, e é durante esse período que ele escreveu suas mais famosas peças teatrais.
    Com Brand – 1866, um drama cheio de simbolismo sobre um padre que seguia seus princípios elevados, o escritor recebe aclamação da crítica e sucesso financeiro. No ano seguinte ele lança o que viria a ser sua mais renomada peça, Peer Gynt.
    Os anos seguintes são considerados sua Era de Ouro, produzindo inúmeros dramas questionadores e instigantes sobre a sociedade européia, e principalmente a sociedade norueguesa. Levantando discussões e críticas sobre a realidade da época, temas como os papéis conjugais aceitos por homens e mulheres, moralidade e promiscuidade, conservadorismo e liberalismo são abordados em suas obras, que contam com personagem densos e mulheres ativas.
    São de Ibsen as peças Kejser og Galilæer – 1873 (Imperador e Galileu), Et dukkehjem – 1879 (Casa de Bonecas), En folkefiende – 1882 (Um Inimigo do Povo), Vildanden – 1884 (Um Pato Selvagem), Hedda Gabler – 1890, Lille Eyolf – 1984 (O Pequeno Eyolf), entre outras.
    Além de seu lado contestador e provocativo, Ibsen revolucionou a forma do teatro, e não só seu conteúdo, foi ele que inaugurou o teatro realista, passando a ser considerado por muitos como o pai do teatro moderno.

    A volta a Noruega coincide com uma volta de Ibsen à produção de dramas mais introspectivos. Reconhecido mundialmente, e com uma boa situação financeira, o escritor passa poder conviver com o círculo da alta sociedade de seu país.
    O dramaturgo faleceu em 1906, deixando viúva a sua esposa Suzannah Ibsen, e foi sepultado com honras de Estado no cemitério Vår Frelsers.

    No centenário de sua morte, 2006, foi comemorado o “Ano Ibsen”, e Oslo (antiga Christiania) recebeu três legados em homenagem ao escritor.

    O Museu Ibsen está instalado na antiga casa de Ibsen, onde ele passou os seus últimos 11 anos de vida. A casa foi restaurada e conta com duas áreas, em uma é recriada parte da residência do casal, com móveis e decorações originais, resgatados e restaurados. E, em outra parte fica a exposição sobre a vida e obra do autor.
 


    O Peer Gynt Parken é um parque onde se é possível acompanhar cena a cena a história de Peer Gynt através de suas esculturas, feitas por diversos artistas.



     A terceira homenagem é a demarcação da rota que Ibsen fez todos os dias, por um tempo, de sua casa até o Gran Café, ambos no coração da cidade, onde ele comia e lia seus jornais favoritos. As calçadas desse trajeto ganharam inscrições, em letras de aço inoxidável, formando 69 citações do autor. Um belo legado.



     Ha det bra!!

 * Esse texto foi publicado originalmente em 12/05/2013 na Coluna Correspondentes Internacionais do site Sobre Livros.
 

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